sexta-feira, 7 de junho de 2013

Breves sugestões

Zele pelas pessoas, respeite suas limitações, releve seus deslizes.
Tenha consideração pelas que gostam de você, até mesmo se não for recíproco.
Seja sincero, explique-se, as pessoas não têm seu manual de instrução.
Resolva pendências que te atrasam a caminhada, é insuportável seguir sem entender as coisas.
Não guarde rancor e não seja injusto com aqueles que se desculpam.
Peça desculpa quando magoar alguém, e perdoe quem te magoou.
Coloque a amizade sempre em primeiro lugar, amor sem amizade não deve ser considerado.
Não deixe jamais de tentar algo por medo de dar errado.
Nunca é tarde demais para consertar seus erros, enquanto houver vida, haverá esperança.
Seja você mesmo, mas seja transparente em suas palavras e atitudes.
Valorize para não perder.
Arrisque-se. Se quiser que algo dê certo, invista.
Quando mudar de ideia, avise.
Seja realista, mas não deixe de sorrir.
Seja gentil, amável e educado.
Faça de tudo pelos outros, mas não esqueça de cuidar de você nessa mesma proporção.
Mantenha as pessoas queridas bem perto, elas costumam te lembrar o quanto você vale.
E nunca tenha medo de se machucar, o aprendizado só chega através das feridas.


Melissa Mendonça M. Braga

sábado, 1 de junho de 2013

Tudo passa

Tem doído.
E me parece que a cada vez
Mais intenso é.
Como pode?
Sei que vai se repetir
E deixo acontecer
Pra que?
Sempre faz doer.
Tem sido pior.
É o otimismo
Mas quanta besteira!
Sempre acaba da mesma maneira.
Será que não vai mudar?
Penso talvez
Que deva ser assim
É viver pra aprender
Pra que pôr um fim?
Pode pisar aqui
Quebrar tudo dentro de mim.
Já tem muita cicatriz
Uma a menos
Uma a mais
Que diferença faz?
"Não há bem que sempre dure
Nem mal que nunca acabe"
Tudo passa
Sempre passa
Vai passar.

Vai?
Vai.


Melissa Mendonça M. Braga

domingo, 17 de março de 2013

O que faz uma pessoa ser tão importante na nossa vida?

        Cheguei a conclusão de que nem sempre são as coisas que você faz pela pessoa que ama que importam. Isso nem sempre te torna importante na vida de alguém. Só importa para efeito de informação. A pessoa reconhecerá que você merece destaque em sua vida, porém nem sempre te dará esse destaque. O que faz alguém ser importante na nossa vida é o peso da expectativa que depositamos nesse alguém. Porque você acredita que ao fazer de tudo por aquela pessoa, ela irá te querer por perto. Quando você conhece alguém e se encanta, quando você quer estar perto desse alguém, quando você fica feliz em ver esse alguém, são essas coisas que você sente, que tornam esse alguém importante. 
  Quantas vezes você se apaixonou por alguém, fez de tudo pela pessoa e ela simplesmente não conseguiu retribuir? Por isso. Não importa o que você faça para demonstrar o quanto ama essa pessoa. Não importa que ela reconheça que você é uma pessoa extremamente incrível, que saberia dar o valor que ela merece, se ela não te quer, se não sente vontade de estar com você, ela não irá corresponder.
  Quantas vezes alguém se apaixonou por você, fez de tudo por você e você simplesmente não conseguiu retribuir? Por isso. Não importa o que essa pessoa faça para demonstrar o quanto te ama. Não importa se você reconhece que essa é uma pessoa extremamente incrível, que saberia te dar o valor que você merece, se você não a quer, se não sente vontade de estar com ela, você não vai corresponder.   
  Nós somos as únicas pessoas responsáveis por tornar alguém importante na nossa vida. Nós temos o poder de escolher quando alguém vai ser importante para nós. Pode ser que esse alguém tenha feito por onde, mas pode ser que não tenha feito. E, no entanto, será importante para você, porque você decidiu assim.
  Enfim, o que quero dizer é que se você acha que deve dar valor a alguém, dê. Se achar que não deve, não dê. No final das contas, não vai depender de você. A pessoa é quem vai escolher se você será importante ou não para ela. Não se culpe caso não seja, quando todos sabem que você fez o que pôde. O mundo nem sempre é justo.

Nota: Quando digo que não depende de você, porque é a pessoa que escolherá quem será importante ou não, não estou dizendo que é uma decisão consciente, isso acontece inconscientemente. Não é uma escolha voluntária.


Melissa Mendonça M. Braga

quinta-feira, 8 de março de 2012

Deserto

A sensibilidade, aqui, já não é bem-vinda
Declarações e táticas de conquista não mais me comovem
Encerrei por aqui toda minha fragilidade.
Estou fadada a outro rumo: o do deserto seco
Que durante o dia nos sufoca
E a noite nos congela com silêncio.
Sinto-me vazia
Vazia como um pote guardado no armário
Um vazio que nada tem a ver com fome ou sede
Nada tem a ver com a falta de amar alguém 
Nem a falta de ser amada.
Vazio solidificado, pesado e frio
Um peso morto que carrego na alma
Peso esse que nada tem a ver com tristeza
Nem com entes queridos que já partiram
É o peso da saturação, do descaso, do desamor ao próximo
Do desrespeito, da corrupção
Não me refiro, no momento, a corrupção política
Mas a corrupção dos sentimentos, dos sonhos, dos valores éticos
Da moralidade.
O que aqui já foi belo, hoje é mais feio que todas as coisas que já foram destruídas.
Não entendo mais de fraternidade, amabilidade. 
Sou indiferente.
Não consigo, porque já perdi.
Não quero, porque já cansei. 
Fui vencida pela fraqueza indômita.
Excesso de dúvida, covardia, medo? 
Nunca tive esse problema.
Não faço nem alusão a esses assuntos
Fere os ouvidos de quem nada quer entender.
E em questão de entendimento, não há mais esforço 
Ultrapasso a cada dia mais o limite da incompreensibilidade
E recuso-me a olhar para trás apenas para saber o que restou (ou o que não restou)
Vou deixando tudo ser levado pelo vento
O mesmo vento que apaga as pegadas na areia do deserto
Deserto esse que se assemelha ao vale da sombra, mas que nada tem a ver com a morte
Ninguém saberá que você passou por ali.
E quem o fez pensar que a morte lhe quer? A morte é boa.
Nada disso tem a ver com morte. 
É tudo falta de vida. 
Uma grande falta de vida.


Melissa Mendonça M. Braga

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Lago negro

Lago negro
Como um poço fundido em medo
Agonia
Escuridão.


Lago negro
Que suga alma
Mortifica a carne
Rouba inocência.


Lago negro
Com sua água nefanda
Repleta de vícios, vírus
Contaminação.


Lago negro
Transformado em purgatório
Obstruído por cadáveres 
No âmago dos ímpios


Lago negro
Com sua profundidade inatingível
Lago negro
Por que não me afoguei ainda?


Lago negro, lago negro
Teatro do escárnio, insanidade


tudo
vazio.




Melissa Mendonça M. Braga

domingo, 16 de outubro de 2011

Dos dias raros


Dos dias raros

Raros como neve no Brasil
Raros como chuva no nordeste
Raros como florestas
Raros como arara azul
Raros como salário digno
Raros como educadores
Raros como políticos honestos
Raros como cidadãos corretos
Raros como inocência
Raros como cumplicidade
Raros como generosidade
Raros como incondicionalidade
Raros como amizades verdadeiras


Dos dias raros observo que sua raridade se fundamenta na sensação de plenitude, onde a liberdade entra em harmonia com o comprometimento, tornando cada momento do dia um espaço preenchido por satisfação e sentimento.

Melissa Mendonça M. Braga

domingo, 21 de agosto de 2011

Meu gostar

Gosto dos sentimentos, gosto de intensidades, gosto do romantismo, do cavalheirismo, da educação, da pureza, da inocência, gosto da naturalidade, gosto de coisas simples, gosto de tantas coisas. E gosto do amor. Gosto muito de amar o amor. Não tenho vergonha, não me importo em parecer brega, nem de ser careta. Acredito no melhor das pessoas e gosto de ainda ter essa capacidade de ingenuidade, há tanto tempo perdida. Ou talvez nunca tenha passado de um mito. Se for assim, me sinto melhor ainda. Isso faz com que eu me sinta única, de um valor irrefutável. Ou talvez uma boba, que acredita em contos de fadas. Não gosto de desistir das pessoas, mesmo que isso traga sofrimento. Gosto de tentar fazer com que os outros enxerguem tudo o que é bonito em essência. Gosto da bondade, da humildade, da integridade, da generosidade. Não gosto do ser humano, mas reconheço que essas são características qualitativas provenientes dele. Gosto das palavras, da escrita, da leitura, do conhecimento social psicológico e introspectivo. Gosto de estar em casa, em família. Gosto de estar com os amigos e, às vezes, sozinha. Mas gosto mesmo é de ter companhia. Gosto de ouvir música, de ver o sol nascer e de vê-lo se pôr. Gosto da noite, da madrugada, do silêncio. Gosto do sol da manhã ao tocar a pele e do frescor da água do mar ao tocar os pés. Gosto de viajar, gosto de férias. Gosto de artes e de bom senso. Gosto de conhecer coisas e pessoas novas. Gosto de me envolver, de receber e dar atenção, de me sentir e de ser importante para alguém. E de poder cuidar de alguém. Gosto de ecologia e ambientalismo, gosto de sustentabilidade. Gosto da coragem e da iniciativa, embora eu nem sempre as tenha. Sou adepta da sinceridade e da honestidade em quaisquer situações. Não gosto de pedir, de receber, nem de dar satisfação. Não gosto de cobrar. Existe uma coisa chamada livre arbítrio. E eu gosto do respeito. Não me importo com o que vão pensar de mim, e isso não é ser revoltadinha. Mas só eu sei o que eu faço ou o que eu deixo de fazer, não preciso provar nada para ninguém, nem convencer ninguém de nada. Não tenho medo de me expressar, de falar de mim. Aliás, gosto muito de me expressar. Autoconhecimento. E gosto de deixar que me conheçam. Gosto de ser transparente, de servir de bom exemplo e de ser admirada por ser quem sou. Tenho meus princípios e minhas teorias, mas sempre escuto o que os outros têm a dizer. Absorvo tudo o que me parece enriquecedor, mas como qualquer imperfeito ser humano, às vezes, atenho-me ao que não devo, ao improdutivo. Tenho plena certeza de que são poucas as pessoas que sabem alguma coisa de verdade. E tenho certeza de que algumas fazem questão de querer parecer ser a parte negativa do que é ser ser humano. Não tenho medo de ser magoada, nem de magoar os outros. Mas isso não quer dizer que eu goste de magoar ou de ser magoada. É só que eu aprendi a ser forte, e espero que os outros também tenham aprendido, se não aprenderam, espero que aprendam. Superação. Medo de sentir não leva ninguém a lugar algum. Gosto de detalhes, sorrisos e olhares. Gosto de observar, prestar atenção. Gosto de caráter, de abraço, de carinho. Gosto de sentir o calor quando está frio. E de tocar o rosto quando gosto de alguém. Gosto de ser companhia, gosto de ser companheira. Gosto quando as pessoas me dão espaço para eu ser o que eu gosto de ser. Gosto da paciência, da calma e da sensibilidade. Posso errar muito, posso não fazer sempre o melhor que eu sei fazer, posso não me dar o devido valor de vez em quando ou quase sempre, mas eu o reconheço. Não sou a melhor pessoa do mundo, claro. Mas eu tenho orgulho de mim.


Melissa Mendonça M. Braga

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Domingo, 24 de julho de 2011

Depois de um dia improdutivo, os 20 minutos em que pude estar com quem eu queria estar, fez toda a diferença. Após isso, por alguns segundos, enquanto tomava um banho quente, consegui sentir a intensidade do meu silêncio que desencadeou em uma série de pensamentos.
O ser humano costuma fazer uma distinção tão breve do certo e do errado, que a percepção tende para a execução do certo, às vezes, sem dar tempo de analisar a situação.
Nós temos a mania de preferir aquilo que parece mais fácil e mais certo, mais seguro, e isso inclui o não arriscar, é quase um abrir mão de um pequeno bom momento, para mais tarde evitar uma decepção maior. A questão é que nós não podemos fazer todas as nossas escolhas se baseando no futuro, é incerto demais.
A nossa vida é feita de momentos, então, não temos nenhum motivo para deixar de fazer o que queremos, só porque achamos que deveríamos querer outra coisa. A vida continua passando, não existe essa de "é o melhor pra mim agora", "é o melhor pra você agora", o melhor para qualquer um agora, é o que lhe trará satisfação agora, a vida não é cumulativa. Mais tarde, é provável que você se lembre de tudo o que você perdeu, de tudo o que deixou passar só para evitar decepções, e esqueça daquilo que você conseguiu evitar. Até porque ninguém se lembra do que não aconteceu. Nós só devemos nos arrepender do que não fizemos, e para evitar arrependimentos, é só não deixarmos de fazer.
Sua vida é o presente, se uma coisa te faz bem, agarre-a, busque-a e a assuma sem medir esforços, mesmo que você desconfie ou até mesmo que saiba, que mais tarde isso poderá te complicar, te magoar ou magoar alguém. Mais tarde é mais tarde, e você nem sabe se estará vivo até lá. Sua vida vai passar e você só terá ficado na vontade, sentado ali na arquibancada querendo jogar.
Foda-se se você vai parecer um idiota, um escroto, se vai parecer insensível ou sentimental. O que não pode é ficar pensando depois em como teria sido se você tivesse feito o que queria, do jeito que queria, se tivesse dito o que queria, na hora que queria.
Aqui é cada um por si, se você não fizer, ninguém o fará por/para você.


Melissa Mendonça M. Braga

quarta-feira, 1 de junho de 2011

autodestruição

o sangue preto em minhas mãos
hoje é do meu coração,
queimado ao tentar ser aquecido.

a ferida em carne viva
como marca de conhecimento
foi deixada em minha testa para ser lida.

o tecido necrosado nos pés
causado pelo esforço em vão
me impede de continuar seguindo.

os arranhões em minha barriga
ganhei de tanto rastejar
por quem não meceria o meu cuidado.

essa doença que me faz e me destrói
desinibida ao se manifestar em meu sistema
é meu único problema não resolvido.



Melissa Mendonça M. Braga

sexta-feira, 22 de abril de 2011

autoconhecimento

Sou adepta do amor
Vivo de sentimentos.

Por vezes egoísta
Mas com essência filantrópica
Indecisa e receosa
De timidez predominante.

Inconstante, zerada de orgulho e razão
Considero que a injustiça domina a humanidade
Num sentido familiar.

Não me importo com fraquezas
Somos seres impetuosos e errantes
Em uma busca incessante
De querer se encontrar.

Ciúme é meu sobrenome
Mas não o deixo no controle
Para não causar estrago
Liberdade é virtude, é preciso ter cuidado.

Ninguém me pertence, não sou dona de nada
No máximo da minha vida, pra não ser inadequada.

Gosto de amar e de cuidar
Mas cada um sabe o que faz
Não me intrometo, mas me preocupo
Eu não deixo para trás.

Acredito no carinho e no respeito
E que sensibilidade já é preceito
Pra quem é bom sofredor.

Meus príncipios são só meus
Sou devagar, não tenho pressa
Estou farta de promessas
Mas não me importo em sentir dor.


Melissa Mendonça M. Braga

sábado, 16 de abril de 2011

de passagem

uma menina tímida, de bondade exacerbante
num caminho entediante de tentar se encontrar
foi caindo e se lembrando de tudo que o fora quando era uma criança
e não queria mais chorar
lembro de fotos que foram tiradas
de pessoas que ainda são lembradas
e outras já nem tanto, mas não importa já o quanto
se faz de sacrossanto para poder se lembrar
tantos amigos que jurei serem eternos, hoje não os conheço mais
tantas brincadeiras idiotas que um dia pareceram ter sido essenciais
minha vida foi passando e eu não me dei conta
meus 15 anos chegaram e o amor me encontrou
até hoje ele me ronda, não me deixa mais em paz
me disseram que dali seria tudo muito rápido
eu não dei ouvidos mas hoje não faço tipo de querer me apressar
tenho quase 20 anos e não sei onde é que anda minha cabeça no lugar
o amor continuou
me maltrata e me espanca
mas uma hora isso me cansa
e não tardo a me cuidar
ele se acomodou e construiu um ninho
que hoje só tem espinho
e na esperança se encontra
de abrigar um passarinho
que sozinho já não queira mais voar
que se sinta um ser querido
e que faça eternamente
do meu coração
seu lar.


Melissa Mendonça M. Braga

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O habitat do amor

o amor que aqui habita, vive na simplicidade
respira células, come corações e bebe sangue
o amor que aqui habita, de utopia é preenchido
tem cheiro de pele, cor de cabelo e gosto de glicose
o amor que aqui habita, de incertezas se desfaz
seu poder absoluto te torna incapaz
o amor que aqui habita, é vestido de vermelho
parece com aquilo que se reflete no espelho
o amor que aqui habita, pode ser venenoso
não tem cura, enfraquece e é contagioso
o amor que aqui habita, é altamente corrosivo
destrói seus neurônios e te deixa impulsivo
o amor que aqui habita

é incerto, é perspicaz,
é agradável, é doloroso
é divino e é maldoso
é essência, é volátil
é ar, é sangue, é vida
o amor que aqui habita
habita em mim.


O habitat do amor sou eu.


Melissa Mendonça M. Braga

quinta-feira, 24 de março de 2011

vou vivendo

vou vivendo e sendo como posso
e como quero
por vezes me arrependo, e pendo de amor
por vezes enobreço, mas em berço sinto dor
quando vejo e reconheço
percebo o quanto eu quis andar
por um caminho que desconheço, que não devo desdobrar
da vida pouco levo
uns amigos pra manter
a minha juventude que não quero corromper.
vou vivendo e sendo como posso
e como quero
por vezes me engano, e tento consertar
por vezes tenho medo, mas não tardo a prolongar
onde encontro aquele ser
que me fará feliz?
vou ficando mas não quero ser pra sempre aprendiz
quando sigo o caminho errado
dou meia volta e volto a voltear
e quando eu paro: eu não saí nem do lugar.
vou vivendo e sendo como posso
e como quero
por vezes me esqueço, e cresço em enfraquecer
por vezes fico cego, e deixo de aprender
como quando eu sou fraco
sinto o vazio que me faz
quando estou dentro de mim, recupero a minha paz
eu tenho aqui comigo
o que preciso pra viver
a vida que eu quero pra sempre enaltecer.



Melissa Mendonça M. Braga

domingo, 16 de janeiro de 2011

?

Por que pedimos tanto por dor e sofrimento? Será que ainda não percebemos que somos frágeis demais para suportar isso?
Por que fazemos promessas? Será que já não falhamos o bastante?
Por que ainda acreditamos em promessas? Será que já não nos decepcionamos o bastante?
Por que esperamos tanto dos seres humanos? Será que já não fomos desapontados o suficiente?
Digno de confiança é o Senhor.

"E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." (Apocalipse 21:4)


Melissa Mendonça M. Braga

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Não sei

    Sou do tipo de pessoa que costuma se omitir. Para quem, habitualmente, usa a expressão "não sei" como resposta.

    Não sei que horas são.
    Não sei que dia é hoje.
    Não sei em que mês estamos. Perdi a noção do ano.
    (Tanto faz)
    Não sei de onde vim.
    Não sei onde moro.
    Não sei pra onde vou.
    (Pouco importa)
    Não sei o que é ser ser humano.
    Não sei quem sou eu.
    Não sei pra que sirvo.
    Não sei a função de inúmeras coisas.
    (...)
    Não sei ser receptiva.
    Não sei ser educada.
    Não sei ser gentil. Nem graciosa.
    Não sei ser o que esperam que eu seja. Até porque não sei o que esperam.
    Não sei o que é ser uma boa pessoa. Mas também não sei o que é ser má.
    -
    Não sei costuma ser um meio termo. Um tanto faz. Um não importa. Um não sei.
    Meio termo é pela metade. Não está vazio, mas nunca estará completo.
    Meio termo poderia ser equilíbrio. Nem mais pra lá nem mais pra cá. No equilíbrio o peso é igualmente exato dos dois lados. Mas equilíbrio jamais poderia ser meio termo. Porque meio termo não tem vigor. É obsoleto. Inútil. E equilíbrio é harmonia. É paz.
    (?)
    Não sei o que são palavras para um ser humano. Não saberia definir.
    Não sei o que querem dizer.
    Não sei nem porque ainda dizem alguma coisa.
    Não sei, sinceramente, não sei de nada. Por favor, não me perguntem.


Melissa Mendonça M. Braga

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Solilóquio

Talvez eu diga sim. Talvez eu diga não. Possibilidades duvidosas e incertas. Eu nunca tive certeza disso. Nem você.
Talvez você se arrependa, talvez seja eu a me arrepender, embora seja pouco provável. Talvez tudo fique como está e nada seja resolvido. Talvez eu não faça nada. Talvez você faça mais do que deveria. Talvez eu seja esquecido. Talvez você seja importante. Talvez não sejamos ninguém.
Talvez você faça amigos. Talvez eu seja seu amigo. Talvez você nem me conheça. Talvez eu seja o único que te entenda. Talvez eu ame você. Talvez você não saiba. Talvez eu me force a te amar.
Talvez eu não conheça meus pais, às vezes. Talvez você conheça os seus. Talvez você tenha um cachorro. Talvez eu não note o meu, às vezes. Talvez você tenha tido uma infância feliz. Talvez eu também tenha tido, mas não tenha percebido.
Talvez, na minha cabeça, nada tenha razão. Talvez você enfatize-a demais. Talvez não. Talvez você queira muito alguma coisa e diga que não quer. Talvez eu perceba e o faça admitir. Talvez você não queira mesmo. Talvez quem queira seja eu.
Talvez você goste de matemática. Talvez eu esteja cheio de dívidas e cansado de contas. Talvez você não tenha tanto dinheiro. Talvez eu ambicione o dos outros. Talvez não.
Talvez você tenha filhos. Talvez eu não queira tê-los. Talvez você seja impaciente. Talvez eu até goste de crianças.
Talvez lhe falte tempo. Talvez eu viva mais do que gostaria. Talvez você me inveje, às vezes. Talvez eu não te entenda mais por isso.
Talvez você até me ame. Talvez eu sempre esteja com você. Talvez você não me queira pra sempre. Talvez eu tenha que conviver com você. Talvez você não goste. Talvez eu também não goste. Talvez você se irrite. Talvez eu não consiga me controlar. Talvez você fique insano. Talvez eu ria de você. Talvez você se mate e, quando se matar, talvez eu morra.


Melissa Mendonça M. Braga

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Você e o tempo

O tempo vai passando, os rumos vão mudando, as pessoas vão se distanciando e você vai se acostumando. Ou não.
Foram tantos os momentos bons, tantos os ruins, os que não significaram nada e os que até hoje significam tudo. Se hoje você é o que é, tenha certeza que é por tudo o que você passou e por tudo que deixou passar.
Seus amigos já não tão amigos às vezes lembram de te procurar, em sua maioria costumam esquecer, você é que tem que lembrar. Você procura e procura e um dia simplesmente cansa de tanto procurar por aquilo que você sabe que não mais irá voltar. Você não entende mais da vida daquela pessoa como um dia já soube entender, você não tem mais o que dizer, não quer mais se intrometer, aquela é uma vida que não cabe mais a você.
Assim como o tempo, as pessoas também passam, às vezes parece não ter fim, às vezes parece que foram apenas segundos, uns são agradáveis ao passar, como pétalas deixadas cuidadosamente sobre um altar, outros parecem fincar agulhas que criarão feridas que jamais irão cicatrizar. E você pensa. E pensa.
E a vida vai passando, lenta ou rapidamente, e você vai esquecendo de lembrar antes de esquecer. Não há nada novo demais. Não há nada velho demais. Tudo parece um presente expectado e prolongado. E dói. Dói muito. Fica vazio. Vazios não costumam fazer com que nos sintamos bem.
E a vida vai passando, lenta ou rapidamente, e você vai envolvendo os significados de todos em sua vida, cada riso, cada choro, cada briga, cada chegada e cada despedida. Despedidas são difíceis. Você se sente perdido. Você se sente obrigado a encontrar algo que lhe sustente. É difícil completar algo que nunca esteve completo, e você só percebe isso quando fica mais incompleto do que está agora. Você fica à deriva, e isso fica evidente.
Alguns se adaptam facilmente às mudanças, outros não. Uns acomodam-se do jeito menos complicado e se dão por satisfeitos, sem ao menos perguntar se o que está ali é, de fato, o que você realmente quer, se é o melhor pra você. Como já disse em algum lugar, o tempo não é o mesmo para todos, tente não se apegar às coisas ou pessoas que passarão rapidamente, embora não tenha como saber. Ou então se apegue às coisas e às pessoas, e aproveite-as ao máximo, faça todo o possível para que elas permaneçam o maior tempo que puderem, e quando elas se forem, chore muito e se lamente. Fique confuso e pergunte por que tudo parece ser desastroso apenas pra você. Sinta-se a exceção à todas as regras. Depois, sinta-se desinteressante e igual a todos.
E depois as pessoas te julgam e me julgam por ser complicado, por não ser objetivo e direto e firme. Mas como ser objetivo e direto e firme em mundo tão relativo, onde há variações em tudo o que se cria, em tudo o que se vê, onde há perspectivas de infinitos ângulos? Tudo depende de tudo. Nada é por si só. Pelo menos, não neste mundo. Você é o que é, não por uma escolha sua, nem por uma escolha dos outros, você é o que é por ser a única opção que lhe resta. O único só é único porque tudo se transforma, nada permanece igual. Se a opção é única, ela é exclusiva a você, o que o torna único, percebe? Não? Talvez eu também não perceba, mas o que importa? Somos o que somos, não somos por nós mesmos nem pelos outros, mas somos pelo tudo. E o tudo é pelo nada que nada é por si só.


Melissa Mendonça M. Braga

sábado, 24 de abril de 2010

Outubro

Nasci dia 15 de Outubro de 1991, a estação que segue nesta época é a Primavera, no hemisfério sul, chamada de Primavera austral. ‘É tipicamente associada ao reflorescimento da flora e da fauna’ (Wikipédia), digamos que possa significar também o renascimento, o início de uma vida nova, colorida, literalmente falando, florida. Como muitos sabem, as estações aqui no Brasil não são muito definidas, o que ocasiona uma confusão na identificação das estações de acordo com suas épocas. Assim sendo, retratarei o que vejo no meu mês.

Meu Outubro é meu

Primeira noite de Outubro
O nublado do céu dissipou
É possível acompanhar o surgimento das estrelas
E o vento...Ah, o vento! Ele sopra frio e leve

Na velocidade da chuva meu espírito devaneia
Escuridão de uma noite que sozinha desnorteia
Meu Outubro é de bruxa
Não existe afeição, tudo o que se vê é somente solidão

No ritmo do sol meu frágil corpo queima
Células de um organismo que nunca teve veias
Meu Outubro é de médico
Por isso só lamenta, a lágrima do choro de uma vida que inventa

Na cor das folhas meu delicado dinheiro pinta
Verde de uma nota que nunca está extinta
Meu Outubro é de Bill Gates
Puro magnata, na tecnologia nunca fora uma cascata

No tom das palavrinhas minha doce voz venera
Inteligência de um ser que por mim se repusera
Meu Outubro é de professor
É todo paciência, na arte de falar é pura eloqüência

No compasso do rio meu rubro coração canta
Sentimentos de uma valsa que nunca foi dançada
Meu Outubro é de criança
Não sabe dançar valsa...só pula e pula e gira

Meu Outubro é meu



Melissa Mendonça M. Braga

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Tão dependente

Tão dependente
da minha vida, eu começo
Quando você quiser que eu pare
Paro! Saberei o que te incomoda
Então.

Tão dependente
do seu sorriso, eu rio
Quando você achar que eu não o entendo
Entendo! Desconfiarei do que você sente
Em tempo.

Tão dependente
do seu olhar, eu vejo
Quando você parece esquecer
Lembre! Inocentemente eu preciso de você
Sempre.

Tão dependente
do seu cheiro, eu sinto
Quando você estiver por perto
Aproxime-se! Verdadeiramente esqueci como é viver
Sem você.

Tão dependente
do seu abraço, eu sonho
Quando você quiser me acordar
Acorde! Segure a minha mão, não haverá senso
De direção.

Tão dependente
do seu beijo, eu sei
Quando é só você que eu desejo
Volte! Porque você é a única solução
De tudo.

Tão dependente
da sua voz, eu digo
Quando sentir saudade
Sinta! Estarei no mesmo lugar, apenas
Me siga.

Tão depentende
da sua vida, eu terminei
Quando você quiser que eu continue
Continuo! Saberei o que te importa
Enfim.


Melissa Mendonça M. Braga

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Fases

A 1ª fase da vida é a mais simples, você pede o que quer do jeito que sabe e fazem a sua vontade do jeito que a entendem.
Na 2ª fase começam a tentar fazer você entender que não pode fazer tudo o que você quer, que existe certo e errado e que não é não, você deve apenas respeitar e obedecer aquilo que te impõem.
Bem, 3ª fase. Não sei quanto as seguintes porque ainda não as conheço, mas consideraria esta fase a mais complicada, confusa, insuportável e mais maravilhosa de todas. Você passa a sentir coisas que nunca imaginaria, aprende a sentir a sua vida, descobre que o mundo não gira em torno de você (agradeça por isso), que a partir de agora você tem o direito de não concordar com tudo, você pode dizer o que pensa, o que sente e o que quer, é claro, nem sempre isso adiantará, você ainda não é livre o suficiente nesta fase.
Você descobre outros sentimentos, conhece e reconhece outras pessoas, e percebe que não irá agradar a todos. Descobre também que as pessoas nem sempre dizem a verdade e que algumas não se importarão em te machucar.
Errará tantas vezes que achará não existir solução para você, mas se ainda lhe restar fé, descobrirá também que isto é apenas uma fase. Talvez você perceba que seus erros desencadearão em conflitos e que os problemas gerados se resolverão apenas quando você realmente tiver aprendido com eles, talvez você aprenda e eles ainda permaneçam, isso é um sinal de que só irão embora quando você se permitir uma chance de consertar, quando você estiver decidido a abrir mão do que ele te proporcionou, bem, nem todos os problemas só trazem coisas ruins, alguns podem trazer momentos com pessoas que você se afeiçoará, mas que por algum motivo não entraram na sua vida com esse objetivo, o que lhe fará sofrer, de qualquer forma, isso são adversidades, você encontrará mais delas pelo caminho.
De vez em quando lembre às pessoas de que você é um ser humano e que as decepcionará muitas vezes, por mais que essa nunca seja a intenção.
Ajude quem precisa de você, mas peça permissão em alguns casos, algumas pessoas preferem se privar da ajuda alheia, orgulho, medo, desconfiança, desconforto, seja lá qual for o motivo, respeite sempre a vontade dos outros. Seja educado e lembre-se que você não tem direito de julgar ninguém, Deus está acima de nós exatamente para se encarregar de tudo e todos. Esteja sempre à espera da vida, esta estará sempre lhe reservando o que existe ou o que pode existir.



Melissa Mendonça M. Braga

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Jogo da vida

Ser vivo, nascer, respirar, ter um caminho pela frente a trilha.
Vida que nos leva e nos traz de volta, fere e faz sorrir.
Incessantemente, procuramos por aquilo que nos completa, encontrado por uns, esquecido por outros.
Persistir e desistir, esquecer e lembrar, perder e achar, amar e sofrer, é tão fácil apenas ceder.
Os erros tentam dominar a estrada da vida, e as suas conquistas do dia-a-dia são as únicas que o fazem resistir.
Sob um céu estrelado, nos dispomos à pensar. Luz da lua ascende idéias.
A lembrança de um beijo faz crescer a saudade, mas hoje é o seu agora, lembrança é passado, dificilmente este o voltará.
Amor, sentir um coração bater a distância, lembrar de ouvir uma voz gritante por um afago, lágrimas inevitáveis, sentido ao "para sempre".
Rancor, agonia em ser apenas um, não poder mudar o mundo, suportar o incômodo de outros, obrigação em se controlar.
Ah, vida! Não há nada nela que não precisemos saber, cada dia e cada hora é tempo de aprender.
Não tenha medo de amar, este é o sentimento mais puro e nobre que existe na vida. Muitas vezes irá se decepcionar, mas não leve consigo o medo de errar. Passará por tantas conturbações que pensará não ter saída, mas lembre-se que até o perfeito não chega à perfeição.
O jogo da vida é um jogo de contrários, mostre-se forte diante dos problemas que, estes, fracos se tornarão.
Fechar os olhos e esperar que tudo mude, se realize, não é um passe adiante. Força, precisará dela se quiser passar para a próxima fase.
Vá atrás de seus sonhos, carregue no coração as pessoas que ama, nem sempre estas podem te acompanhar.
Seja rápido em suas decisões, porém, não menos cuidadoso, o tempo não é o mesmo para todos.
Chore, reclame, mas não perca seu tempo com isso, priorize os sorrisos, os abraços, todos estes farão parte do jogo.
Ande, corra, energize-se, não esqueça de sempre ser você, agradeça por cada dia, mesmo que um deles não lhe tenha agradado.
Aprenda o máximo, cresça e seja amável até com seus inimigos, não irá querer se parecer com eles, certo?
Resete e recomece o jogo quantas vezes forem preciso, o jogo da vida só termina uma vez, e quando a fase final tiver chegado, ninguém mais poderá recomeçar.
A energia acabou, as luzes vão se apagando, conseguirá lembrar de tudo o que lhe fez bem, os rostos de cada um por quem passou, flashes e flashes. É tão injusta a maneira como esse tesouro nos é tirado. O último suspiro trará o silêncio, terá descoberto, então, se sua vida valeu à pena.


Melissa Mendonça M. Braga

Dom de sentir

Dom de sentir o som
Dom de sentir a música
Sentir a letra, a palavra
Sentir o jogo a cada rodada(virada).

Sente o medo, converte em dor
Sente saudade em forma de ardor
Resiste à chama, afasta o terror
Quer distância apenas do amor.

Sente a real inspiração de confusão à explicação
Dom de ser poesia, a música
Falar através de instrumentos
Que esta é apenas a única.

Dom de sentir o dom
Sentir que é capaz de tocar o intocável
Ser adorável em resistir ao coração
Já que este é o seu verdadeiro e único dom.


Melissa Mendonça M. Braga

Repression

Sentir o que a escuridão traz
É suficiente para pairar o silêncio
Perder o controle é mudar o rumo da razão
Esqueça-se de desaparecer e se partirá em inquietação.

Seguindo a intuição, as linhas se reencontram
Os segredos, o inútil, tornam-se lágrimas
A saída procurada se desfaz em agonia
O fogo reluzente é apagado com cuspe.

Lembrar de esquecer pode te salvar
Crescer afogado em mentiras
Ampara a vergonha de ser ninguém
Confusão é apenas conseqüência do errado.
 
Dificilmente o desejo de solução
Muda o incerto dentro do que é real
Segure o que te faz bem antes de reparar erros
A água da chuva também escorre pelo bueiro.

Continue a caminhar pelo campo do prazer
Que a luz e a magia irão desaparecer
Poder em ser corpo vivo, sentido bivalente
Imaginar o jeito certo não realiza sonho, gente! 


Melissa Mendonça M. Braga