sexta-feira, 22 de abril de 2011

autoconhecimento

Sou adepta do amor
Vivo de sentimentos.

Por vezes egoísta
Mas com essência filantrópica
Indecisa e receosa
De timidez predominante.

Inconstante, zerada de orgulho e razão
Considero que a injustiça domina a humanidade
Num sentido familiar.

Não me importo com fraquezas
Somos seres impetuosos e errantes
Em uma busca incessante
De querer se encontrar.

Ciúme é meu sobrenome
Mas não o deixo no controle
Para não causar estrago
Liberdade é virtude, é preciso ter cuidado.

Ninguém me pertence, não sou dona de nada
No máximo da minha vida, pra não ser inadequada.

Gosto de amar e de cuidar
Mas cada um sabe o que faz
Não me intrometo, mas me preocupo
Eu não deixo para trás.

Acredito no carinho e no respeito
E que sensibilidade já é preceito
Pra quem é bom sofredor.

Meus príncipios são só meus
Sou devagar, não tenho pressa
Estou farta de promessas
Mas não me importo em sentir dor.


Melissa Mendonça M. Braga

sábado, 16 de abril de 2011

de passagem

uma menina tímida, de bondade exacerbante
num caminho entediante de tentar se encontrar
foi caindo e se lembrando de tudo que o fora quando era uma criança
e não queria mais chorar
lembro de fotos que foram tiradas
de pessoas que ainda são lembradas
e outras já nem tanto, mas não importa já o quanto
se faz de sacrossanto para poder se lembrar
tantos amigos que jurei serem eternos, hoje não os conheço mais
tantas brincadeiras idiotas que um dia pareceram ter sido essenciais
minha vida foi passando e eu não me dei conta
meus 15 anos chegaram e o amor me encontrou
até hoje ele me ronda, não me deixa mais em paz
me disseram que dali seria tudo muito rápido
eu não dei ouvidos mas hoje não faço tipo de querer me apressar
tenho quase 20 anos e não sei onde é que anda minha cabeça no lugar
o amor continuou
me maltrata e me espanca
mas uma hora isso me cansa
e não tardo a me cuidar
ele se acomodou e construiu um ninho
que hoje só tem espinho
e na esperança se encontra
de abrigar um passarinho
que sozinho já não queira mais voar
que se sinta um ser querido
e que faça eternamente
do meu coração
seu lar.


Melissa Mendonça M. Braga

sexta-feira, 15 de abril de 2011

O habitat do amor

o amor que aqui habita, vive na simplicidade
respira células, come corações e bebe sangue
o amor que aqui habita, de utopia é preenchido
tem cheiro de pele, cor de cabelo e gosto de glicose
o amor que aqui habita, de incertezas se desfaz
seu poder absoluto te torna incapaz
o amor que aqui habita, é vestido de vermelho
parece com aquilo que se reflete no espelho
o amor que aqui habita, pode ser venenoso
não tem cura, enfraquece e é contagioso
o amor que aqui habita, é altamente corrosivo
destrói seus neurônios e te deixa impulsivo
o amor que aqui habita

é incerto, é perspicaz,
é agradável, é doloroso
é divino e é maldoso
é essência, é volátil
é ar, é sangue, é vida
o amor que aqui habita
habita em mim.


O habitat do amor sou eu.


Melissa Mendonça M. Braga